História do Exú Tiriri

Aconteceu em Portugal, final do século dezenove. Passam 
das 23:00 horas quando Bartolomeu Custódio bate à porta de 
seu primo e é atendido pelo rapaz que, visivelmente, foi
acordado pelas insistentes batidas.

- Primo, preciso urgente de ti!
- Fernando manda-o entrar deixando claro estar contrariado com a visita repentina em tão tardio horário.
- Nem me fale Bartolomeu! São réis o que deseja. Não é?
- O homem baixa a cabeça e responde num fio de voz:
- Perdi mais de mil no carteado do Barão senão pagar ele ameaçou
acabar com minha família.
- Mil? Estás louco? Não faz um mês que paguei sua divida de quinhentos e já vens aqui pedir-me mais de mil? Onde vais parar, ou melhor, aonde vou eu parar com tantos réis que se vão ladeira abaixo? Achas que por ter tido sorte na vida tenho que carregá-lo nas costas? A ti, tua família, teu maldito vicio?
- Bartolomeu ouve tudo sem levantar os olhos.
- Primo, só tenho a ti para recorrer. O que será de minha mulher e meus filhos? Juro-te que nunca mais jogarei um só conto em nada! - O rapaz está descontrolado e replica aos gritos:
- Já ouvi essa ladainha muitas vezes e não vou mais cair nessa conversa. Vá ao Barão e diga que não tem, não conseguiu, e ele que espere. Ainda ontem a pobre de tua mulher veio até aqui pedir-me comida. Crês nisso? Tive que dar comida a tua família.
Enquanto tu espezinha-me com dívidas de jogatina. Olhe
para ti! Estás em estado lamentável, além de cheirar a vinho
à distância. Saia já de minha casa.
- Dirige-se para a porta e a abre com violência. Bartolomeu levanta-se lentamente, de seus olhos caem lágrimas, é duro ter que ouvir tudo que está ouvindo, apesar de ser a mais pura verdade. Faz ainda uma última tentativa.
- Primo, pelos teus filhos, ajuda-me!
Fernando continua parado à porta apontando a rua.
- Fora daqui, vagabundo! Nunca mais me apareça, porco imundo!

Sem mais nada dizer o homem retira-se lentamente ouvindo
o baque violento da porta atrás de si. Caminha tropegamente
enquanto as lágrimas embaçam sua visão. Sabe que fez
tudo errado. Sempre! Foi mulherengo, bêbado, viciado em
jogos. Tem a exata noção do péssimo pai e marido que é.
Seu primo tem toda a razão em humilhá-lo. Sem perceber,
depois de muito caminhar, está sobre uma ponte. Talvez seja
essa a única saída. Faz uma pequena prece e atira-se nas
águas profundas do rio. O espírito de Bartolomeu Custódio
durante anos perambulou por sendas escuras e tortuosas.
Passado um longo tempo e depois de rever erros e acertos
de vidas anteriores, foi amparado por mentores que o
encaminharam para a labuta do resgate cármico. Hoje,
trabalhador de nossos terreiros, é conhecido como o grande
Exu Tiriri, elegante, educado e sempre com um profundo
respeito.

História do Exú do Lodo

Exú Rei e sua esposa decidiram andar pelo mundo para verificar a qualidade do trabalho que realizavam seus súditos. Disfarçaram-se e seguiram por caminhos diferentes.
A Pomba Gira Rainha caminhava por uma trilha quando se deparou com um grande pântano, sujo e podre, que lhe impedia de seguir em frente.
Perdeu-se em pensamentos imaginando como fazer para atravessá-lo. De repente, surgiu a sua frente um homem, com a aparência de um ermitão, bastante despenteado e maltrapilho.
A imagem sombria do desconhecido a assustou a principio, mas logo ficou lisonjeada, quando ele, rapidamente, retirou sua capa e a jogou sobre o lago para que ela pudesse passar. Nesse instante ela pode ver nos olhos dele uma grande desolação.
A Rainha caminhou por sobre a longa capa e seguiu seu caminho sem olhar para trás. Atônito e fascinado pela beleza daquela estranha mulher que nunca tinha visto, o homem, que era Exu do Lodo, sentiu o amor invadir-lhe o peito.
A soberana chegou ao palácio e contou ao marido o que tinha descoberto:
- Conheci um ser nobre que cuida de um pântano imundo. Quando uma pessoa chega a esse charco pestilento, do nada ele vem e ajuda a pessoa a superar os obstáculos. Eu vi a tristeza em seus olhos por ter um local como aquele para cuidar, mas, no entanto, faz o seu trabalho com cuidado. Tem uma figura, curva, malcheirosa e bruta, mas é humilde e cortês.
Exú Rei, impressionado pelas palavras da mulher, resolveu convidar o estranho homem para um jantar no palácio real. Sua intenção era premiá-lo por sua dedicação à missão que lhe tinha sido imposta e pelo respeito à sua esposa. Ordenou então ao general de seu exército, que fosse até ao pântano, levando o convite.
Chegando à Mansão Real, Exu do Lodo surpreendeu-se ao notar que a esposa de seu soberano era a mulher que ele amava. A dor, ao mesmo tempo, invadiu-lhe a alma. Sabia que tinha de esquecê-la para sempre.

Naquela noite, Exu Rei o condecorou e lhe deu a honra de se sentar à sua direita. E desde então, é esse o lugar que ele ocupa, mantendo a base do trono de seu monarca.
Pomba Gira Rainha deu-lhe um lenço perfumado com seu aroma, pedindo que ele guardasse nele suas lágrimas, e ao retornar à sua morada, o jogasse no meio do pântano.
Naquela noite, enquanto voltava, cabisbaixo, pensava no amor que deveria esquecer, quando as lágrimas corriam, as limpava com o lenço presenteado. Ao chegar, jogou o lenço sobre a lama e ficou a observá-lo deslizando sobre o charco. Do lenço saíram todas as suas lágrimas e espalharam-se por sobre a água suja, espalhadas como um colar de pérolas que se quebrara. Na manhã seguinte, ele encontrou no local onde tinha atirado o lenço uma planta, e as suas lágrimas dispersas, eram botões florais que se colavam à ela. Considerou um presente de sua Rainha e aspirou a fragrância do seu amor.
Depois de algum tempo, a história repetiu-se. Uma mulher que circulava por aquele mesmo caminho e de repente estacava em frente ao charco. Solicito como sempre, Exú do Lodo saiu de seu esconderijo e ofereceu-lhe a capa. Ao fitar a bela mulher, descobriu em seus olhos a simpatia que ele tanto buscava, e sem pensar duas vezes, cortou algumas de suas flores e ofereceu-as à ela. Emocionada a mulher sorriu e olhou-o com carinho. Era, Maria Mulambo, que a partir daí, nunca mais o deixou sozinho.

História do Exú Morcego

Em um castelo, inteiramente de pedra, mal cuidado e isolado no meio de uma floresta, típico daqueles pertencentes ao feudo europeu, vivia um homem branco e corpulento, trajando uma surrada roupa, provavelmente antes pertencente a um guarda-roupa fino. Percebia-se o desgaste causado pelo passar do tempo, pois ainda carregava uma grossa e rica corrente de ouro de bom quilate, com um enorme crucifixo do mesmo cobiçado material. Parecia viver na solidão, muito embora no castelo vivessem vários serviçais.
Porém nem sempre foi assim, era um cientista renomado, e apaixonou-se por uma linda mulher, porém sua amada já tinha seu companheiro, após uma revolta utilizou de uma armadilha e matou o marido da donzela que não o pretendia, após o ocorrido ele se trancou na torre do castelo, onde muitas vezes era seu local de estudos.
No momento sua cabeça estava revoltada, e ele implorava ajuda e auxílio de Deus, porém no desespero, quando a ajuda não venho, ele se ajoelhou e segundo a entidade João Caveira, ele entoou as seguintes palavras.
“Se o Bem não me quer, em entrego ao Mal de braços abertos”.
E ajoelhado encostou a cabeça na fria pedra da parede com as mãos também apoiando a parede.
Nunca mais ouviu-se falar daquele homem.
Ao passar dos anos a torre do castelo foi esquecida, até que um dia uma geração depois, um homem quis saber o que havia naquela torre. Ao abrir a pesada porta, viu as janelas fechadas com pedra, e só pequenas frestas foram feitas no alto das paredes. A luz não podia entrar. A torre não tinha paredes internas, formando uma enorme sala, com pesada mesa de madeira tosca, tendo como iluminação dois castiçais de um só vela cada, as velas estavam acessas. Ao lado da tênue luz das velas, livros se espalhavam sobre a mesa, mostrando ser aquele homem um estudioso e que algo buscava na literatura. Ao melhor a iluminação do local, viu de braços abertos, com um capuz preto cobrindo sua cabeça, ajoelhado olhando para parede, escutou estranhos e finos sons, quando colocou um pé para dentro da sala, o capuz bateu como asas, e voou para cima, restando somente pó.

História de Tranca Rua das Almas



seu nome foi Geraldo,mais a alguns dias descobri seu sobrenome branco compostella ,bem tranca ruas não foi de fato um médico como

se diz nas letras de seus pontos ,ele foi na verdade uma especie de curandeiro,sua especialidade era a extração de dentes,trabalhava com ervas virgens e em especial com cascas de uma arvore que tinha proximo ao seu castelo,era um homem muito rico nascido em berço de ouro,Geraldo quando jovem tinha vontade de se tornar um padre em um mosteiro em sua cidade(Galícia ,na Espanha) ,todo esse sonho foi interrompido durante uma missa cujo qual ficou em seu pensamento um distinta senhora que havia ído se confessar.

ele passou então a frenquentar a todas as missas ,tentando desesperadamente encontrar essa mulher,depois de um mês quando estava na ante sala da igreja ele ouviu uma voz suave chamando pelo padre ,e para sua surpresa era a tal mulher.sem pensar em nada fingiu ser o padre ,a mulher então beijou lhe a mão e pediu para que ele lhe perdoasse seus pecados,ela disse a ele que a bruxaria fazia parte de sua vida e nada poderia fazer para afasta la de seus caminhos e que estava saindo daquela cidade por que temia que a inquisição a julgasse,nesse mesmo momento geraldo se calou e disse a mulher ,desde que te vi pelas missas não consigo pensar em outra coisa a não ser voce,não sei se estou enfeitiçado ,mais o que sinto é mais que o suficiente,e se voce vai sair desta cidade que seja comigo.

Geraldo voltou a seu castelo,vendeu todos os seus bens e nunca mais voltou a cidade de galicia,ele foi morar com Maria e começou a se envolver demais com os segredos do oculto,logo Geraldo passou a se tornar um mestre na arte de enfeitiçar,e passou para o lado da magia negra,com medo de perder Maria, geraldo celou um pacto com o diabo para que a mesma fosse para sempre sua e de nenhum outro homem.

sua alma passou a ser do diabo,que cobrava cada vez mais pelo seu feito,alguns anos se passaram e Maria adoeceu,nenhum feitiço era capaz de lhe devolver a saúde,Geraldo desesperado pensando perder sua amada mais uma vez recorreu ao diabo,porem disse a ele ,que se fizesse o que ele queria seu preço seria cobrado apos a morte de Maria ,Geraldo sem pensar aceitou,na manhã seguinte Maria se levantou e nada mais tinha ,ela viveu intensamente somente mais três dias ,falecendo queimada por uma vela que incendiou todo o casebre.

por culpa de Geraldo ,Maria não conseguia descansar em paz,seu espirito ficou perdido junto com as almas sem luz,e Geraldo dedicou seus últimos dias a buscar um jeito de livrar a alma de sua amada,ele morreu logo depois de desgosto,e o diabo levou sua alma ,após sua passagem tornou se o guardião das almas sem luz que tentam se livrar dos caminhos escuros ,por isso seu nome tranca rua das almas.hoje sua missão é levar ajuda a quem esta perdido,e ele tambem guarda os espirítos zombeteiros afim de que paguem seus pecados,para voltarem ,reencarnarem.essa é a historia de tranca rua das almas.

História do Tatá Caveira



Antes de ser uma entidade, Tatá Caveira viveu na terra física, assim como todos nós. Acreditamos que nasceu em 670 D.C., e viveu até dezembro de 698, no Egito, ou de acordo com a própria entidade, "Na minha terra sagrada, na beira do Grande Rio".

Seu nome era Próculo, de origem Romana, dado em homenagem ao chefe da Guarda Romana naquela época.

Próculo vivia em uma aldeia, fazendo parte de uma família bastante humilde. Durante toda sua vida, batalhou para crescer e acumular riquezas, principalmente na forma de cabras, camelos e terras. Naquela época, para ter uma mulher era necessário comprá-la do pai ou responsável, e esta era a motivação que levou Próculo a batalhar tanto pelo crescimento financeiro.

Próculo viveu de fato uma grande paixão por uma moça que fora criada junto com ele desde pequeno, como uma amiga. Porém, sua cautela o fez acumular muita riqueza, pois não queria correr o risco de ver seu desejo de união recusado pelo pai da moça.

O destino pregou uma peça amarga em Próculo, pois seu irmão de sangue, sabendo da intenção que Próculo tinha com relação à moça, foi peça chave de uma traição muito grave. Justamente quando Próculo conseguiu adquirir mais da metade da aldeia onde viviam, estando assim seguro que ninguém poderia oferecer maior quantia pela moça, foi apunhalado pelas costas pelo seu próprio irmão, que comprou-a horas antes. De fato, a moça foi comprada na noite anterior à manhã que Próculo intencionava concretizar seu pedido.

Ao saber do ocorrido, Próculo ficou extremamente magoado com seu irmão, porém o respeitou pelo fato ser sangue do seu sangue. Seu irmão, apesar de mais velho, era muito invejoso e não possuía nem metade da riqueza que Próculo havia acumulado.

A aldeia de Próculo era rica e próspera, e isto trazia muita inveja a aldeias vizinhas. Certo dia, uma aldeia próxima, muito maior em habitantes, porém com menos riquezas, por ser afastada do Rio Nilo, começou a ter sua atenção voltada para a aldeia de Próculo.

Uma guerra teve início. A aldeia de Próculo foi invadida repentinamente, e pegou todos os habitantes de surpresa. Estando em inferioridade numérica, foram todos mortos, restando somente 49 pessoas.

Estes 49 sobreviventes, revoltados, se uniram e partiram para a vingança, invadindo a aldeia inimiga, onde estavam mulheres e crianças. Muitas pessoas inocentes foram mortas neste ato de raiva e ódio. No entanto, devido à inferioridade numérica, logo todos foram cercados e capturados.

Próculo, assim como seus companheiros, foi queimado vivo. No entanto, a dor maior que Próculo sentiu "não foi a do fogo, mas a do coração", pela traição que sofreu do próprio irmão, que agora queimava ao seu lado.

Esta foi a origem dos 49 exus da linha de Caveira, constituída por todos os homens e mulheres que naquele dia desencarnaram.

Entre os exus da linha de Caveira, existem: Caveira, João Caveira, Caveirinha, Rosa Caveira, Dr. Caveira (7 Caveiras), Quebra-Osso, entre muitos outros. Por motivo de respeito, não será indicado aqui qual exu da linha de Caveira foi o irmão de Caveira enquanto vivo.

Como entidade, o Chefe-de-falange Caveira é muito incompreendido, e tem poucos cavalos. São raros os médiuns que o incorporam, pois tem fama de bravo e rabugento. No entanto, diversos médiuns incorporam exus de sua falange.

Caveira é brincalhão, ao mesmo tempo sério e austero. Quando fala algo, o faz com firmeza e nunca na dúvida. Tem temperamento inconstante, se apresentando ora alegre, ora nervoso, ora calmo, ora apressado, por isso é dado por muitos como louco.

No entanto, Caveira é extremamente leal e amigo, sendo até um pouco ciumento. Fidelidade é uma de suas características mais marcantes, por isso mesmo Caveira não perdoa traição e valoriza muito a amizade verdadeira. Considera a pior das traições a traição de um amigo.

Em muitas literaturas é criticado, e são as poucas as pessoas que têm a oportunidade de conhecer a fundo Caveira Chefe-de-falange. O cavalo demora a adquirir confiança e intimidade com este exu, pois é posto a prova o tempo todo.

No entanto, uma vez amigo de Caveira, tem-se um amigo para o resto da vida. Nesta e em outras evoluções.

História de Maria Mulambo



A condessa Sophia estava novamente com problemas, por isso chamou a negra Calú. Da primeira vez em que ficara grávida fora do casamento seu socorro viera através da escrava conhecedora de ervas que expulsavam o feto como que por encanto. Desta vez o assunto era ainda mais sério, estava grávida de um negro, como explicar ao conde, louro de olhos azuis e pele alvíssima, um filho que, certamente, nasceria mulato? Calú entrou cabisbaixa nos aposentos da condessa e foi informada que deveria novamente proceder como há quatro meses. A escrava ficou boquiaberta: - Senhora, como deixou isso acontecer novamente em tão pouco tempo? É muito perigoso provocar sangramento quase seguido! - Foi calada por um violento tapa - Como ousa julgar os atos de sua senhora, negrinha vagabunda? Eu te chamei para fazer o seu serviço e é isso que deve fazer. Vá buscar as o que necessitas e volte imediatamente com tudo pronto ou mandarei te surrar até que morras! Desorientada pela agressão, Calú embrenhou-se na mata para procurar as ervas que conhecia tão bem. Seu rosto ainda queimava pela agressão e também pelo ódio que invadia seu coração. Ela que sempre fora fiel, facilitara os encontros clandestinos da condessa em várias ocasiões, e não foram poucas, causara-lhe o primeiro aborto e nem um obrigado tivera ainda tinha que apanhar? Vagabunda era ela, que se vestia com capricho, perfumava-se e fazia o papel da esposa perfeita ao lado do conde e ao menor afastamento deste, deitava-se em qualquer lugar com qualquer um. E depois ela é quem tinha que virar-se para dar um fim aos bastardinhos? Hoje iria a forra, seria o seu dia de vitória. Apanhou ervas que em nada serviriam para o aborto proposto. Fez uma mistura que após a infusão levaria a mulher à morte em pouco tempo. Aí sim ficaria contente, ver aquele poço de vaidade e devassidão morrendo lentamente pelas suas mãos. Entrou no quarto e a condessa encontrava-se deitada. - Já está pronto o remedinho minha querida? - Além de tudo era cínica - Sim senhora, preparei uma grande caneca e hoje mesmo estará livre do seu mal. - Ah que bom! Desculpe sim? Se perdi a paciência com você, mas não gosto que me ponham contra a parede. - Calú lançou-lhe um olhar furtivo - Não foi nada, já esqueci! Tome o chá e fique deitada. Em poucos minutos a mulher começou a sentir dores insuportáveis. - Calú esse não é o mesmo chá? Estou com dores horrorosas! - É assim mesmo, senhora, faz muito pouco tempo do outro acidente. Intimamente a escrava alegrava-se ao ver o sofrimento da condessa. - Calú, estou morrendo! - A negra subiu sobre a cama e falou: - Isso mesmo, condessinha vagabunda, estou livrando o mundo de uma podridão. Morra infeliz! A porta se abre e uma escrava ouve as últimas palavras, sai correndo e gritando pela enorme mansão: - A Calú está matando a condessa! Em poucos minutos o chefe da guarda, invade o quarto e vê a cena, a condessa morta sobre a cama e a escrava rindo histericamente ao lado. Um golpe certeiro de sua espada corta o pescoço da mulher, a cabeça de Calú cai sobre o corpo inerte de sua vitima. Depois de muito vagarem por tortuosos caminhos inferiores, os espíritos de ambas, encontraram-se em uma lei de esquerda. Na linha de Maria Mulambo, conseguiram o fio condutor de uma lenta e necessária evolução. Este é um dos raros casos em que dois espíritos ligados pelo ódio em terra, uniram-se para a evolução sob a mesma lei. Sophia hoje atende por Maria Mulambo das Sete Catacumbas e Calú, por Maria Mulambo das Almas. Laroiê as Pomba-giras!

História de Maria Navalha

Alguns diziam que ela era mulher de vida fácil, porém ela sempre trabalhou muito para sustentar seu irmão doente mental. Trabalhou no cais, nos mais diversos bares, botecos e Bin bocas que já existiu lá fez fama pelo seu temperamento rude e de difícil amizade, talvez, por sua vida humilde. 

Logo após nascer seu irmão houve complicações com o parto, vindo a falecer a Mãe, uma mulher doce e dedicada aos seus filhos e marido. O Pai, um militar muito severo, não conformado, rejeita o próprio filho e foi aí que Maria Regina das Dores, mais tarde chamada de Maria Navalha, se pôs: entre o Pai martirizado pela morte de sua amada e um filho que apresentava uma deficiência mental. Tudo isso a coagiu para uma vida de sofrimentos e angústias. Logo depois, o pai também se foi. Morreu de tristeza, pois não suportou a partida de tão doce mulher.

Após seu falecimento, eles tiveram que se mudar para um lugar muito humilde. Então, Maria Navalha, com seus 14 anos, começa entender que a vida para as mulheres na década de 50 não era tão fácil assim.

Trabalhou em casa de família, mas seu jeito meigo logo atraia os olhares maliciosos de Patrões sedentos de desejos e foi por um deles que ela acabou deixando-se seduzir. Com esse patrão, ela compartilhou 10 anos de sua vida, até que um dia ele se foi sem deixar nenhuma notícia. Ela que sempre foi contra a dependência, logo naquele momento voltava para a rua da amargura com seu irmão que sempre estava ao seu lado. Seu desvio mental em nada comprometia o carinho e afeto de irmão e amigo que ela sentia. Foram muitas as noites que ela se pegou chorando, sem ter o que comer, com fome e frio na rua. Até que um dia se mudaram para o porto, de onde sigo com minha história.

Não demorou e logo arrumou um emprego de garçonete em um prostíbulo. Ela era tão assediada que as meninas que ali ganhavam sua vida vendendo seu corpo se incomodavam com aquela bela jovem que agora já tinha seus 25 anos.



Em meio as várias pessoas que ali freqüentavam, apareceu, um homem negro, bem trajado, de terno de linho branco e com uma gravata vermelha que deixava um ar de conquistador. Ele, então, pediu uma bebida: “me da uma Bhrama de meia minha querida” - disse aquele homem que tremia os olhares enquanto esperava. Em seguida, sacou de seu bolso um baralho com que ficou a cartear em cima da mesa provocando o olhar de muitos ali naquele local. Não demorou muito, chegou o primeiro querendo saber o que mais do que boa pinta o nobre negro vestido tinha a oferecer. Então, ele tirou seu relógio e disse: “tenho isso”. Era um relógio ainda de corrente, muito bonito por sinal. E foi só com isso que ele depenou os pobres freqüentadores do local. Entre uma rodada e outra, seu olhar se virava para a Maria, doce, bela e bonita e ela correspondia com um sorriso de deboche, ao acabar com quase todos ali presentes e com o bolso cheio de “pataco” ele se levantou, como se é de costume e pediu uma Parati (pinga) para finalizar sua noite. Ele nunca passava das 03:00 da manha. Eram ordens expressas de uma vidente. Então, tomou a Pitu, uma pinga que lhe dava ânimo para chegar a sua morada. Antes de sair, agradeceu à Maria e se foi.

Após algumas horas de sua partida, Maria, cansada por mais um dia de exaustivo trabalho, também foi se embora e ao passar por uma viela escura, um caminho mais curto, próximo a Av. Mem de Sá, se deparou com duas pessoas suspeitas, que tinham um olhar de maldade e cobiça. Nisso, ela apressou seus passos na tentativa de despistar aqueles homens estranhos. Quando ela sem esperar, outro homem a cerca entre as vielas, segura a em seu braço e lhe diz: “olá, bela moça. Vejo que me viu perder tudo que tinha nos bolsos para aquele homem de terno e não quero mais perder, pelo menos quero você agora como uma recompensa pelo pataco perdido. Também vi que dava risada da minha má sorte ao lado daquele negro malandro!”.



Nesse instante, ela correu em direção ao outro lado da viela e lá estavam os dois que a estavam perseguindo. Sentindo–se sem salvação, começou a pedir para São Jorge, seu santo de devoção a quem sempre teve um grande carinho e fé, para que a socorresse. Como em um passe de mágica, mais do que depressa, veio aquele negro todo engomado, cheio de passos bonitos até pra andar e disse: “Boa noite seu moço, você diz que me conhece, tem razão de me conhecer, eu nasci de madrugada antes do dia amanhecer”.

Em seguida, retirou do bolso da sua calça, uma navalha e como se fosse cortar um papel perfura o rosto do perdedor inconformado, que logo sai todo molhado com seu próprio sangue ruim e cheio de ódio. Os dois, mais do que depressa, também resolvem se retirar por medo ou por simplesmente vontade de não estar ali naquele nevoeiro que aumentava cada vez mais, fazendo o pavor crescer ainda mais.

Ao se virar, Maria percebeu que a roupa branca do nego malandro estava cheia de sangue, resultado do corte do inimigo que tentara incomodar a bela mulher. Então, num intuito de agradecer ao seu belo herói, ela o convidou para que ele fosse pelo menos amenizar as manchas que estivera em sua nobre roupa e eles, assim, foram conversando, dando muitas risadas e ela cada vez mais seduzida e ele cheio de chamego pela bela moça.

Ao chegar, ele retirou o paletó e ela começou a lavá-lo. Em seguida, deixou-o secar um pouco, porém, não houve sucesso na retirada de toda a mancha e eles começaram a beber.

Ela tinha, não se sabe porquê, uma garrafa de coquinho que serviu a si e ao herói. Ele, cada vez mais sedutor, fazia-a dar altas risadas enquanto o irmão dela roncava em sono pesado, sem imaginar que tinha visita.

De tanto beber, ela acabou adormecendo e ao acordar sentiu algo diferente em si mesma, como se estivesse mais ousada, mais capaz, mas forte. Ao se levantar, o belo homem já tinha ido sem deixar rastro, apenas um bilhete e a navalha em cima como apoio. No bilhete, ele dizia:


“Obrigado por confiar em mim. Essa navalha nos une para todo o sempre e com ela vais cortar a injustiça, a maldade e a mentira. Saiba usar porque seu fio de corte está ligado diretamente ao seu coração saiba separar os bons dos maus e eu estarei sempre ao seu lado”.


Seu olho se encheu de água com a partida do seu eterno herói, sem nem ao menos um beijo de despedida, nada, apenas aquela navalha. Logo ela que demorou tanto para se simpatizar com outro homem, mal isso tinha acontecido e já houve a separação.

Conforme ele disse, ela fez. Sempre que precisava de ajuda, a navalha a ajudava, tanto que os homens e pessoas ruins a apelidaram de Maria Navalha. Não havia quem a não conhecia.

Logo que a vida começou a melhorar, ela comprou um chapéu Panamá de fita vermelha igual ao do seu amado e usava sempre para todo lado que ia. Às vezes, achavam que ela gostava de mulheres, pois fazia uma cara de mau e brigava como um homem, mas na verdade ela sempre esperava um dia poder reencontrar seu grande amor.

História de Rosas Vermelhas

Um casal de agricultores, pele clara, cabelos claros, eles tinham 4 filhos , a mais nova tinha 9 anos e diferentemente dos outros tinha pele morena e olhos negros,e sempre foi rejeitada por ser diferente,porem sua mãe dizia ? vc puxou sua avó,mãe de seu pai?passa os dias á brincar na cozinha enquanto sua mãe faz as tarefas da casa ,pois até seus irmãos á rejeitava e não queriam estar com ela.

Naquela época as famílias com mais poder aquisitivo tinham pequenos cemitérios em suas propriedades,e naquela casa não era diferente e lá era o único lugar q ela se sentia em paz sempre próximo á uma catacumba em especial,ali ela passava horas falando,conversando tudo oq não podia fazer em casa ali ela fazia,porém quando voltava para casa apanhava,porque tinha os afazeres da casa e ajudar á cuidar de um pequeno rebanho de vacas leiteiras ,o pai a maltratava muito.um dia obedecendo uma voz q vinha daquela linda catacumba,(que além de antiga parecia sempre estar sendo cuidada) dizendo:faça aqui um jardim!
E ela disse á mãe que queria fazer um jardim naquele lugar a mãe estranhou, mas como ela sempre nada podia fazer em casa resolveu ajuda-la.
Em casa ela era sempre calada mas cemitério ela soltava o verbo ,os anos foram se passando e cada permanecia ali mais tempo ,certo dia aos 19 anos ficou tanto tempo,fora de casa ,quando chegou em casa seu pai lhe deu uma surra pois 2 de suas melhores vacas haviam morrido (ela as esqueceu no pasto em baixo de sol escaldante durante todo dia)e ele á bateu como nunca havia apanhado,machucada ela fugiu,sua mãe preocupada a procurava e não achava depois de 7 dias lembrou então do único lugar q a filha gostava de ficar o marido foi atrás,e conforme se aproximava dos fundos da propriedade sentia um forte perfume de rosas q ia ficando cada vez mais forte,chegando naquele velho cemitério viram a filha deitada em cima daquela catacumba e uma mulher de costas,ela parecia estar dormindo mas estava morta e em sua volta o jardim estava repleto de rosas vermelhas ao se aproximarem seu pai se ajoelhou enlouquecido dizendo ter destruído a vida da filha e reconhecendo que aquela mulher q estava do lado era a avó dela,a dona daquela catacumba, e que realmente eram idênticas só ele não via ou não queria ver.

História da Pomba Gira 7 Saias





Vamos contar essa história que é de muita valia para aqueles que são seus seguidores e admirados. Sete Saias teve sua vinda ao mundo marcada por muito sofrimento. Já na sua infância se dá o início de sua aflição, pois ao nascer sua mãe falece por complicações durante o parto. 

Desde então sofre constantes humilhações vindas de seu pai que passa a culpá-la pela morte da esposa que tanto amava.
Sete Saias cresce e com o passar dos anos crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai sendo mais uma serviçal do que uma filha.
Com seu pai Sete Saias movara em uma choupana afastada no lugarejo onde habitavam e por esse motivo não vê felicidade em seu futuro.
Acaba então a moça Sete Saias se relacionando com homens casados e ricos do povoado vendo ai sua única satisfação.
Mas a vida não lhe sorri pelos seus envolvimentos e pelo enredo de traições em que se envolve e as esposas traídas desejam o seu mal a ponto de desejarem apedreja-la.
Mas até aqui não se fala por que ela recebeu este nome: Sete Saias.

Segundo conta a lenda o motivo pelo qual tem este nome é que a moça tinha sete amantes. Assim, para cada amante ela usava respectivamente uma saia.
Estes amantes, encuimados entre si decidem transformar a vida da moça, trancando-a em um casebre afastado como modo de puní-la pela vida libertina que escolhera junto aos mesmos. É então obrigada a se alimentar de restos de vegetais que se encontravam no interior de seu carcere...
Com muito sufoco, e força de vontade de viver, derrubou uma parede velha do casebre feito de madeira. Rastejando pela fraqueza encontrou uma estrada próxima e nela passava uma caravana de ciganos que a acolheram e
cuidaram dela. Tornando-se uma bela moça, que acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. Este filho tornou-se um homem muito rico, ele recebeu o título de barão e provavelmente ela uma baronesa. E por vingança, queria voltar ao lugar que queriam
apedrejá-la. O marido apaixonado e fiel, fez a vontade da esposa, comprando o melhor e mais importante casarão daquele povoado. E assim, mandou convite a todos para um rico e
abundante baile de máscaras, para apresentar a mais nova baronesa daqueles tempos.

E Sete Saias desceu as escadarias do rico salão com a sua bela máscara e um maravilhoso vestido. E todos os seus inimigos a aplaudiram e reverenciaram sem saber quem era a misteriosa mulher, que seria revelada somente no fim da festa. Ela chamou a todos ao centro do salão, ainda com a máscara, os convidados já totalmente bêbados, ela retirou a máscara, revelando-se a todos. Os inimigos indignados por ser ela a mais rica baronesa da região a qual deviam respeito, começaram a condená-la, principalmente o seu pai, que no impulso começou a cobrar carinhos que ele nunca teve a ela. E no soar de palmas, entraram-se empregados ao salão, carregando enormes barris de óleol. E os convidados achando-se que fazia parte da cerimônia, ficaram aguardando os servos despejarem o óleo por tudo enquanto Sete Saias e seu marido saíram escondidos, incendiando todo o espaço, matando e vingando-se assim, de
todos os seus inimigos, chegando ao ponto de pedir a sua rica
charrete para parar em frente ao casarão e ver seus inimigos se
incendiando.

Suas últimas palavras aos seus inimigos foram:
" livrarei vocês dos seus pecados com o fogo!"

Beijando o seu esposo e seguindo a tua viagem.

Mensagem dos Exús


Quando perguntam ao Exú sobre doenças psicossomáticas, se essas realmente existem e se é verdade que a mente do ser humano é capaz de causar doenças físicas mesmo sem o real intento, este responde:
"Quando a boca cala...  o corpo fala!!!
O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições.
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão dói.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta.
A dor de cabeça deprime quando as duvidas aumentam.
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar.
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração infarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona.
As neuroses paralisam quando a"criança interna" tiraniza.
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.
Preste atenção!
O plantio é livre, a colheita, obrigatória... preste atenção no que você está plantando, pois será  a mesma coisa que irá colher!!